Do Aberto Ao Abismo Do Abismo Ao Aberto
Projeto de Criação Artística Participativa que prevê residências de criação em quatro concelhos do Baixo-Alentejo (Ourique, Mértola, Odemira, Almodôvar) e uma apresentação final pública, presencial e virtual. As residências funcionarão em regime de ateliê aberto às comunidades que serão co-criadoras do objeto artístico final.
Resumo do projeto
Projeto de investigação e criação artística que se insere no campo das artes plásticas e multimédia, cruzando vários media e processos. A fotografia, o vídeo, o desenho, o som e a instalação são abordados enquanto performance, contrapondo a apresentação viva, em direto, física/corporal, e por isso transitória, vivêncial, à apresentação diferida, virtual, potencialmente repetível. Esta justaposição aspira à superação dessa dicotomia.
DO ABERTO AO ABISMO DO ABISMO AO ABERTO é um movimento que, ora se apresenta em queda livre, no “sem fundo”, ora se apresenta expansivo, no vazio que tudo compreende.
Em última instância ABERTO ABISMO ABISMO ABERTO é uma inspiração, e uma expiração de um corpo, que compreende o infinitamente pequeno e o infinitamente grande. Um corpo que compreende um visível e um invisível, um dentro e um fora, um lado em sombra e um outro iluminado, um lado que se manifesta e um que se oculta. Numa tentativa artística de superar binómios e de sentir o mundo como uma osmose de todas as coisas, onde aparece o informe resultante da metamorfose constante e da fundição de aparentes opostos. Este informe apresenta-se como uma força de contrapeso da hiper-formalidade instalada na cultura contemporânea.
Neste sentido parte-se da experiência vivêncial e da sua exploração para uma série de sessões abertas a diferentes núcleos da comunidade (escolas, grupos formais e informais), com o objetivo de investigar, explorar e enriquecer essa experiência e complexidade artística, de a partilhar e consequentemente produzir conhecimento.
Estas sessões funcionarão como ateliês de experimentação artística, e têm como principal eixo aglutinador o corpo. Corpo enquanto um todo sensível, um corpo fenomenológico, psicossomático onde sensibilidade e racionalidade estão entrelaçadas, aspirando à produção da soma- estética (R. Shusterman, 2005). Desse processo de conhecimento sensível do corpo, e do mundo, reconhece-se que corpo, mente e cultura são co-dependentes, e que há uma unidade na experiência/ação entre estes.
Esta investigação compreende um período de residências de criação/ateliês abertos e desemboca numa apresentação final: uma instalação artística num espaço físico deste território. Instalação que apresentará processos e materiais trabalhados nas residências, performance dos artistas e comunidade participante e interação virtual (via vídeo chamada); será transmitida “online” e posteriormente disponibilizada, neste espaço físico e no website do projeto.